Holding é um termo derivado do inglês, que significa “manter” e foi adotado para descrever empresas cuja finalidade é centralizar e controlar o patrimônio de indivíduos ou grupos empresariais. A evolução desse conceito levou ao surgimento da “holding familiar”.
Desde a sua introdução no Brasil pela Lei das Sociedades Anônimas (Lei das S/A – Lei nº 6.404, de 1976), este formato de sociedade tem se expandindo rapidamente.
Surpreendentemente, em um período tão breve, o país já abriga mais de 100 mil holdings, de acordo com dados da Receita Federal, sendo São Paulo o epicentro dessa concentração.
Isso reflete uma demanda por estratégias de gestão e proteção patrimonial e indica uma mudança paradigmática na mentalidade empreendedora, onde a organização e a centralização do controle tornaram-se imperativos para o sucesso a longo prazo.
Diante desse cenário, compreender o significado e o funcionamento das holdings, especialmente da holding familiar, torna-se crucial para aqueles que almejam otimizar recursos e assegurar a perenidade de seus negócios e legados.
O que é holding e para o que serve?
Em uma só palavra, uma holding é uma empresa.
Mas também é mais que isso: é uma forma de grupos econômicos unirem forças e criarem uma estrutura de gestão que consiga cuidar de uma empresa ou de uma grande quantidade de atividades.
Os tipos de holding
Existem basicamente dois tipos de holdings:
- Holding pura: tem como única finalidade a participação em outras sociedades ou empresas.
- Holding mista: além da participação em outras sociedades, tem fins lucrativos. Ou seja, o objetivo é gerar retorno financeiro aos seus participantes.
O que é uma holding familiar?
É uma estrutura empresarial criada por uma família para administrar seu patrimônio de forma organizada e estratégica.
Geralmente, os membros da família se tornam sócios da holding, que por sua vez detém participações em outras empresas ou ativos financeiros.
Como funciona uma holding familiar
Funciona como uma guarda-chuva que abriga os interesses econômicos da família.
Ela detém o controle das empresas operacionais e dos bens familiares, facilitando a gestão, proteção e sucessão deles.
Benefícios proporcionados por uma holding familiar
- Proteção patrimonial: a sociedade cria uma barreira entre os valores pessoais dos sócios e o patrimônio empresarial, protegendo-os de eventuais credores.
- Planejamento sucessório: facilita a transmissão das posses de uma geração para outra, minimizando conflitos e impostos.
- Benefícios fiscais: estratégias tributárias podem ser aplicadas para reduzir a carga fiscal sobre os rendimentos e os recursos da família.
- Gestão centralizada: simplifica a administração do dos ativos, pois todas as decisões estratégicas são tomadas em nível da holding.
- Confidencialidade: os detalhes sobre a composição e gestão dos bens ficam resguardados, garantindo a privacidade da família.
Desvantagens da holding familiar
Embora ofereça diversos benefícios, a holding familiar também apresenta desafios, tais como custos de constituição e manutenção, complexidade administrativa e possíveis conflitos familiares.
Ainda que os custos iniciais e contínuos existam, eles podem ser compensados pelos benefícios econômicos e operacionais resultantes da consolidação e centralização dos ativos familiares.
Além disso, a divisão das despesas entre os membros da família pode tornar os custos individuais mais acessíveis e sustentáveis a longo prazo.
Determinando a viabilidade da holding familiar: quando é a escolha certa
A decisão de estabelecer uma holding é um passo estratégico que deve ser cuidadosamente ponderado, especialmente considerando o contexto específico de cada família.
Embora não haja uma fórmula única para determinar quando esta é a escolha ideal, há certos cenários em que essa estrutura empresarial pode ser altamente vantajosa e valiosa para famílias de certas características e necessidades.
Por exemplo:
- Famílias com patrimônio considerável e complexo, envolvendo diversos tipos de ativos, como imóveis, investimentos financeiros e participações em empresas.
- Famílias que desejam planejar sua sucessão de forma estratégica e garantir a continuidade e a preservação dos recursos ao longo das gerações.
- Famílias que buscam uma gestão mais eficiente e organizada de seus ativos, consolidando-os sob uma única estrutura empresarial.
- Famílias que enfrentam desafios relacionados à proteção patrimonial, como a separação entre bens pessoais e empresariais.
- Famílias que visam otimizar a carga tributária sobre os rendimentos, aproveitando as vantagens oferecidas pela estrutura.
Não há um valor mínimo de patrimônio estabelecido para a criação de uma holding familiar e a decisão de estabelecê-la deve ser baseada em uma análise cuidadosa das necessidades, objetivos e circunstâncias específicas da família.
É preciso considerar os potenciais benefícios e desafios associados a essa estrutura empresarial.
Lembrando que a implementação e gestão de uma holding familiar têm implicações jurídicas e fiscais. Portanto, sempre é aconselhável buscar a orientação de especialistas no tema.
Se deseja saber mais sobre holdings e verificar se esta estratégia se adequa ao seu caso específico, entre em contato com um de nossos especialistas.